Wednesday, September 27, 2006

Só pra não deixar a vida virtual passar em branco

Não tenho cumprido o que disse no post passado – este blog continua às moscas. Mas tenho bons motivos, garanto que tenho. Até poderia listá-los, mas não tou afim. Então, só pra não deixar minha casa virtual parecendo apartamento de estudante fodido, tou postando o texto ai de baixo. Nos últimos dias essas anotaçõezinhas tem aparecido por todo lado – no bolsos das calças, na mesinha do computador, nas folhas de caderno, nas capas dos livros e na minha gaveta de cuecas. Não sei como faço essas coisas. Quem sabe um dia eu não junto todas essas porcarias desconexas, faço um livro, dou um título abstrato qualquer - tipo "Cantigas para ninar um condenado" - e fico rico e famoso. Tem louco pra tudo mesmo, até os que compram esse tipo de coisa. De qualquer forma, lá vai:
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19 anos. 32 dentes. Hunter se matou com 67. Anos, não dentes. Ninguém tem 67 dentes. Isso me dá um total de 48, ainda. Anos! Chato. Mais do que eu preciso, acho. Mais do que eu sempre achei que ia precisar. 48. Se eu mantiver a média ainda consigo me ferrar milhares de vezes até lá. Divertido e insuficiente. Nunca é o bastante, nunca aprendo. 48 anos. Quantos dentes mesmo? Será que eu chego lá com todos. 67 – 19 = 48. Mais um pouco e seria o triplo do que já foi. Quebradas de cara vezes três. Porres vezes três. Vexames vezes três. Trabalho vezes três. Se bem que com uns 60 eu me aposento. Hunter escreveu Medo e Delírio. Com que idade foi mesmo? Espero que depois dos 19. Com certeza, depois dos 19. Isso ainda me dá uma chance. Eu acho. Ou pelo menos não me subtrai ela. Medo e Delírio. Hunter teve que se matar. Tentou a vida toda e não teve entorpecente que lhe desse cabo. Um tiro na cabeça, quando tava com a mulher ao telefone. Será que dói? Acho que não muito. Não, agora não. Ainda me faltam 48. Quem sabe um dia, aos 67.
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