Monday, May 01, 2006

EDITORIAL

Se tem uma coisa que eu tenho aprendido nos últimos anos, essa coisa é: quando vc leva uma vida com um quê de marginal, só existe uma maneira de escapar das inegáveis acusações de que acaba, invariavelmente, sendo alvo. Acusando-se antes. Pois bem: antes que me denunciem por plágio, eu admito. O nome desse blog é baseado – na verdade, plagiado mesmo – descaradamente do livro de Hunter Thompson: “Rum – Diários de um Jornalista Bêbado”.
Mas não espere das linhas que vc lerá aqui – caso se dê ao trabalho, é claro - uma cópia thompsoniana do gonzo. Até porque isso seria muita pretensão da minha parte. E no mais, não gosto de cópias, embora não tenha nada contra as que são bem feitas. O que será escrito aqui pode soar sujo, descarado, imoral, ou coisa de gente que não tem nada para fazer mesmo. E para aqueles que chegarem a essa conclusão, vai o meu recado: vcs chegaram a mais sublime expressão da verdade. A intenção é essa mesmo. Nada mais do que jogar merda no ventilador.
Se alguém quisesse me traduzir em dois vícios, eles com certeza seriam: minha grande capacidade de me meter em encrenca e a minha maior capacidade ainda em ser do contra, contestar tudo, argumentar e tocar um foda-se para todas as verdades absolutas. Como diria Oscar Wild: “Sempre que alguém acaba por concordar comigo, sinto a senssação de que estou terrivelmente errado”. Se existem coisas na qual eu nunca consegui me enquadrar, essas coisas são dogmas. Até porque, sempre procurei ser um cara aberto a todo tipo de idéia. Nunca descartei nada antes de conhecer. Por isso, nunca pensei duas vezes antes de mudar de opinião ou de postura diante de determinadas coisas, quando julgava isso o correto a ser feito. Mas, nem por isso, sou volúvel ou um cabeça-oca qualquer que troca de idéias da mesma maneira que troca a camiseta. Prefiro pensar que evolui muito, e procuro estar evoluindo sempre.
Bem, como eu já disse, odeio dogmas. Por isso sou ateu, por isso não me filio a nenhum partido político, por isso não sou de direita, de esquerda ou de centro. Por isso, talvez muita gente me ache um pervertido. E é também por isso que odeio que me embutam rótulos. Odeio ser tachado de qualquer coisa que seja porque a única finalidade que existe em um rótulo é a de a te limitar e impedir que vc cresça – em todos os sentidos da palavra. E algumas pessoas ficam tão presas aos rótulos que lhes são atirados ao colo que acabam deixando de aproveitar muitos aspectos de suas vida. Tem gente que fica tão preso a amarra de intelectual que se sente culpado ao sentar na mesa de um desses bares pé sujo, tomar uns tragos e conversar com o seu melhor amigo. Ou que fica tão presa a palavra desregrado que não se admite ler Drummond porque pode acabar virando “um desses nerds CDFs”. E, tanto em um lado, como em outro, essa não é uma coisa que eu queira pra mim.
Não tenho preconceitos, mas também não sou adepto de discursos apaziguadores. Aquele papinho do tipo: “eu não gosto, mas respeito”. Não é comigo. Se eu acho que o negócio é uma merda, é uma merda e pronto. E não existe meio-termo para a merda. Pelo menos até quando consigam me provar o contrário.
E isso é mais ou menos um pouco do que poderá ser visto nesse borrão de tinta virtual. Chame como quiser. Goste ou odeie. Os comentários concordantes serão bem-vindos da mesma maneira daqueles que virão para esculhambar. Assim como a ausência de ambos. Afinal, muitas vezes, o silêncio pode dizer muitas coisas. Embora eu prefira o barulho das coisas indo pelos ares.
Caos e Subversão.

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