Tuesday, October 16, 2007

A FANTÁSTICA FÁBRICA DE INUTILIDADES

Sou um homem de muitos projetos – que acabam invariavelmente engavetados. No momento, há dois ou três em fase de "vamos começar com esta porra de uma vez ou tá difícil?" Se tudo der certo (coisa que obviamente não vai acontecer) eles começam a sair da cartola em dezembro. Enquanto isso, ressucito texto antigo, que ia servir de editorial para um projeto igualmente antigo que, se me lembro bem, acabou em um buraco negro depois de tudo estar engatilhado, nos conformes, forno quente e etc. Amnésia alcoólica, desconfio eu.
...

E nestes tempos modernos...

Antes de começar o papo, há uma coisa que precisa ser levada em consideração: agora, nesse exato instante, estando você onde estiver, vivemos a era da internet, a era dos blogs, fotologs, do orkut; a era da comunicação digital instantânea e da difusão de informação via fibra óptica. Um mundo em que as fronteiras são apenas decorativas e onde, como dizia o antigo slogan de um comercial da Gazeta do Povo, “você pisca o olho e ele já não é mais o mesmo” – na real, não lembro direito da frase; era isso ou algo que o valha. O fato é: num mundo desses, em que informação escorre pela sarjeta e estamos conectados com a aldeia global 24 horas por dia, o leitor precisa de alguém que lhe explique o que é verdade e o que é mentira. Alguém que, em meio a isso tudo, o ajude a separar o joio do trigo; a real informação, concreta, imparcial e pluralista, da pura cascata.
Quando você encontrar esse alguém, por favor, nos avise.
Porque, como já diz um ébrio amigo meu, falar merda é uma arte. E das mais eruditas, diga-se de passagem. Pra se falar merda é preciso sofisticação.
Então, este é o primeiro número de uma piada infame, que talvez nem chegue ao segundo. A essa altura, devo dizer, cheio de empáfia, que em matéria de desorganização superamos a imprensa nanica dos anos 60. Nem sequer tivemos a capacidade de sentar, em um bar que fosse, e esboçar algo que pudesse, mesmo que longinquamente, lembrar um projeto editorial. Provavelmente até tenhamos sentado em mesas de bar e pensado nisso, ainda que separadamente, mas depois da oitava dose a grande quantidade de idéias brilhantes é igualmente proporcional a dificuldade de lembrar delas no dia seguinte. De volta ao marco zero, ora pois.
E, na real, esse método nada escrupuloso é bem mais divertido. Mais ou menos como montar uma banda punk em 77. Você só precisa de um cara que aceite pegar o microfone, um que aprenda a dar umas simples baquetadas e dois manés que saibam minimamente empunhar baixo e guitarra – de forma a deixar uma das mãos livres para bater nas cordas. Ta aí. Nem um pouco difícil.
Pois bem, agora já estamos devidamente apresentados, como mandam as regras da boa educação. Cartas pra redação, de preferência sentando o sarrafo.

2 Comments:

At 11:21 AM, Blogger Unknown said...

Cara, a zine só dependia de você escrever um texto exclusivo, o que não aconteceu ainda. Aquele texto que você mandou pra mim legal pra cacete (que ia pra edição nº2 da zine, cujos quadrinhos já estavam prontos) em que você descia o pau nos jornalistas você publicou no site do jorlab. Vi esses dias, na coluna Opinão.

vc é um puto, saiba disso.

 
At 12:57 PM, Anonymous Anonymous said...

qta inutilidade, na real(alto nivel de linguagem)

 

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