Monday, October 15, 2007

Bússolas quebradas, afundando a esmo, marola de lâminas contra o casco de papel jornal. E os ratos tomam o navio. Dentes de gilete contra as velas de manchetes populares. O convés sob o carnaval de papel picado, realidade rasgada por caravelas virtuais. Onde estão os caras? Onde estão os botes? Os marujos estão bêbados no cais que se desmancha na tempestade litográfica. Âncoras lisas, cais alado, mar de tinta cor de sangue, sal nos olhos, bichinhos mastigando o leme. Sem tempo, sem saco, sem talento pra vida ou vocação pra morte. Ah, vá lá: tudo a estibordo! Mas o farol é só o estopim de um cigarro em meio à noite úmida.

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